O mundo nunca parou de se despedaçar

3852 palavras 16 páginas
INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como objetivo abordar o livro “O ÚLTIMO VOO DO FLAMINGO”, de autoria de Mia Couto, editado pela Companhia das Letras em 2005, escolhendo um dos temas presentes no romance e aprofundando a temática escolhida. A obra apresenta um total de 225 páginas e divide-se em 21 capítulos e traz a marca da oralidade africana aproximando a narrativa do imaginário construído no livro com a da cultura local. O Flamingo, pássaro que traz e leva o novo dia, - conta a lenda - está pousado no imaginário daquele povo como um símbolo de esperança, sentimento que é revelado por Massimo Risi, o personagem do italiano que se aventura em Tizangara.
O Romance de Mia couto discute, numa construção textual repleta de dualidades entre o real e imaginário dentro do período pós guerra civil em Moçambique, trazendo à tona todos os aspectos que lhe são inerentes. O autor apresenta as contradições políticas, econômicas e sociais de seu país ao mesmo tempo em que canta a poética das culturas africanas, os enigmas presentes no romance costuram os fenômenos políticos e sociais , numa busca de demonstrar o que é o desabrochar da cultura moçambicana , sem deixar de lado as suas crenças, as suas superstições que de outro modo constroem o caráter híbrido da “moçambicanidade” até uma caracterização de uma Moçambique, independentemente do sentido imaginário e/ou místico desta narrativa.
Dentro da diversidade de assuntos curiosos presentes na obra escolho discorrer sobre misticismo. Minha escolha esta infinitamente ligada à passagem do livro onde Risi, o tradutor e Sulplício voltam para casa. À noite, o tradutor vê seu pai tirar os ossos para dormir, coisa que o velho sempre disse que fazia, mas ele nunca tinha acreditado nessas histórias do pai. Dormem os três ali fora sob a árvore e, ao despertarem no meio da noite, descobrem que não há mais país. Tudo tinha sido engolido por um grande abismo. Chega, então, um barco carregando os ossos de Sulplício, que

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