o mndo na decada de 1780

1149 palavras 5 páginas
O Mundo na década de 1780
(A Era das Revoluções, Eric Hobsbawn)

O mundo na década de 1780 era menor no sentido de população e no sentido de conhecimento de território. A população mundial era uma fração da atual (e até a estrutura física era menor em questão de peso e altura!). Os mais viajados, pouco conheciam o território mundial. A efetiva colonização humana também era menor: fatores climáticos, doenças endêmicas, tudo restringia o ato de colonizar.
Porém, no que se diz a respeito de comunicações, o mundo de 1780 era muito maior. Os transportes já estavam mais evoluídos, claro, porém o fornecimento de passageiros por terra era pequeno, o de mercadorias, por terra, vagaroso e caro. O transporte por água era mais barato e mais rápido (se o clima estivesse à favor), nas palavras de Hobsbawn: “Estar perto de um porto era estar perto do mundo”. Ou seja, se era mais fácil transportar um grande número de pessoas e mercadorias por enormes distâncias, era mais fácil ligar capitais distantes do que o campo à cidade. Um exemplo dado por Hobsbawn foi o da notícia da queda da Bastilha, em Madri chegou em 13 dias e em Péronne (localizada à 133 km da capital francesa) chegou apenas em um mês. Para a maioria dos habitantes do mundo de 1780, o mundo era gigante: o resto do mundo era apenas boatos e assuntos de agentes governamentais.
Pequeno, grande, rural. O mundo era essencialmente rural e é impossível entendê-lo sem essa informação. A população rural ultrapassava a urbana, até na Inglaterra (a inversão desses dados só ocorre em 1851).
Foram das poucas cidades daquela época que os jovens sedentos por revoluções saíram. Robespierre veio de Arras, Napoleão de Ajaccio etc. Saíram de cidades de província, pequenas. Os moradores dessas cidades desprezavam o campo. Porém, a cidade provinciana ainda pertencial essencialmente à economia e à sociedade do campo. Quando ela declinou, se agarrou ao monopólio do mercado local e muito do provincianismo ridicularizado pelos jovens

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