o leitor

“Felicidade é ter algo que fazer, ter algo que amar e algo que esperar…” disse Aristóteles. Também este filme “o leitor” tem a vem com este pensamento. Baseado no romance, iniciado pelo desejo, que, num primeiro momento, é o que une um rapaz com 15 anos e uma mulher mais velha, Hanna. A história passa-se em diversos períodos de tempo, o que causa, nas cenas iniciais, certa confusão, porque não está claro que o adulto que observa de uma janela com o olhar perdido é o mesmo que está no comboio, adoentado. Mais á frente há outro corte temporal e Michael aparece com a turma da faculdade num tribunal, parece integrado no grupo, mas ainda assim carrega um ar triste e distante. Neste tribunal ocorre um julgamento de crimes cometidos por nazistas durante a guerra. Há uma ré sentada que lhe parece familiar. Olha intensamente aquela figura, e quando percebe de quem se trata fica absolutamente transtornado. Essa reação é física e torna o momento angustiante. A interpretação do autor Michael jovem é impressionante. Faz com que o espectador sinta a sua dor, que viva também a personagem. Hanna é uma mulher analfabeta com vergonha de não saber ler nem escrever, assim sendo, é através de leituras gravadas em áudio, que Michael lhe manda no período em que ela está na prisão, que aprende a ler. A sua maior ambição era saber ler, e como não o sabia fazer usava “miúdos” dos quais se destaca Michael para lerem para ela. Esta situação remete-nos para a falta de tempo e oportunidades que algumas pessoas tinham para aprender a fazer aquilo que mais gostavam, nomeadamente as mulheres. A própria sociedade da época em que a história narrada, não permitia às mesmas, este tipo de aprendizagens, limitando-as apenas aos trabalhos da lide de casa e do campo. No entanto este não é um filme de romance normal em que no final, depois de tantos obstáculos, duas pessoas ficam juntas e felizes para sempre, culminando com a morte de Hanna, que após 20 anos, privada da liberdade, se suicida. Aqui o