O lago titicaca - berço de culturas

Era fim do ano de 2006 e Ana sentia-se como uma criança observando um parque de diversões. Mas era muito mais que isso, o que ela observava era algo que há muitos anos sonhava conhecer, algo que, freqüentemente, via em páginas da Internet, uma paisagem com a qual nunca pensara ter contato de verdade, em sua frente, podendo ser tocada. Era o Lago Titicaca, tão perto dela, quanto uma criança de um balanço ou de um escorregador num fim de tarde de céu azul. Ana lembrava-se de nunca ter sido a pessoa mais otimista e confiante do mundo, na verdade, era totalmente o contrário: era pessimista e não confiava em si mesma em certos aspectos. Mas agora estava lá, sozinha, observando o lago.
Ir à Bolívia, de uma hora para outra, tornou-se algo muito importante para ela. Já tinha amigos que gostariam muito de visitar o país e foi então se sentindo cada vez mais atraída pela a vontade de viajar para lá. Justo Ana que raramente era influenciada por outras pessoas, mesmo por pessoas que conviviam com ela diariamente.
No início do ano, pediu à mãe que a deixasse viajar com os amigos se passasse de ano, mas a reação da mãe foi a esperada: disse que discutiriam isso depois. Ana se esforçou durante todo o período de aulas. O ano letivo havia terminado. Era dezembro quando tornou a fazer o mesmo pedido à mãe, dizendo que gostaria de ir com os amigos para a Bolívia, mais precisamente para Copacabana, e passaria as férias mais felizes de sua vida no local, junto a Diego e a Kadu. Sua vontade era diferente da de outros jovens, que queriam fazer a formatura e participar de um baile. A vontade de Ana era viajar com os amigos, conhecer as culturas de outros povos, mas o maior problema estava no fato de viajar com dois garotos, pois geralmente uma garota de 18 anos viajar com os amigos da mesma idade não é um fato aceitável.
A mãe de Ana sempre levou em conta o quanto a filha não se entendia com as meninas de sua idade, a jovem dizia que as mulheres realmente eram seres muito complexos,