O humanismo na arquitetura carcerária

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5.2. O humanismo na arquitetura

A tradução da arquitetura em si mesma se dá pela relação desta com os sentimentos humanos. É o homem que, ao observar um arranjo arquitetônico e ao captar o que este lhe transmite, dá vida e movimento à obra.
Podemos dizer que as superfícies e os volumes só alcançam sua razão de existir com a transmissão, às pessoas que as observam, do caráter expressivo da obra. De acordo com a teoria do Einfühlung, de B. Zevi, o arquiteto deve ser capaz de humanizar o edifício, a este transferindo o próprio espírito, dando à arquitetura sentimentos e qualidades humanas.
A arquitetura é estética, poética, é interpretada pela percepção humanista, o método ingênuo e antropomórfico ao qual se refere Geoffrey Scott.
Analisemos individualmente alguns elementos da arquitetura sob uma perspectiva humanística. Ao seguir uma linha arquitetônica com o olhar ou com a mente, seguimos uma direção. Daí, a linha nos dá sensação de movimento mental no espaço, o que é indissociável da quarta dimensão, o tempo.
B. Zevi atribui significações específicas às linhas. A linha horizontal, por exemplo, remete ao racional e transmite sentimento de descanso. Já a linha vertical, representa o êxtase, a emoção, o sublime. Linhas retas passam a sensação de rigidez, enquanto que linhas curvas simbolizam flexibilidade, e assim por diante.
O espaço é obra da manipulação do arquiteto para provocar emoções específicas a quem adentrar o dito ambiente. Espaço é liberdade de movimento, de acordo com Scott. Nós projetamos ideais de movimento nos espaços nos quais permanecemos, e nos adaptamos a estes.
A perspectiva nos espaços induz um movimento que nos impulsiona a acompanhá-la. Qualquer obstáculo causará estranheza e desconforto, e o espaço em questão deve terminar de forma a garantir que o fim do movimento perspectivo seja suave e agradável.
Os espaços perfeitamente simétricos, por sua vez, têm o centro por ponto de convergência, não causando qualquer ímpeto de movimento,

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