O homoerotismo no romance: a relação pombinha/leónie
O termo homossexualismo criado pelo médico austro-húngaro Karl Maria Kertbeny, um militante “uranista” (como se chamava até então o homem que praticava sexo com outro homem) criou este sinônimo na segunda metade do século XIX. Nesta época como era a vida dos agora chamados homossexuais? A filosofia define a sociedade basicamente como um conjunto de regras a serem seguidas. Segundo o filósofo Karl Marx isso faz com que tomemos uma posição definida frente ao incessante problema da contradição entre a estrutura da sociedade e a moral admitida. Esta sociedade defensora da moral e dos bons costumes via no relacionamento homossexual feminino como a mesma dizia o “pecado contra a natureza”. O romance O cortiço (1994), de Aluísio Azevedo publicado na época, e considerado o primeiro a expor abertamente este tipo de relacionamento na literatura brasileira e os estudiosos sobre o assunto na história brasileira despertaram-nos um grande interesse em analisar essa obra tão importante da nossa literatura. A história aponta como foi à aceitação e/ou a rejeição da sociedade brasileira da segunda metade do século XIX a esse tipo de relacionamento. Tendo em vista que a obra literária não está desvinculada de seu contexto de produção, torna-se necessário desenvolver um trabalho investigativo a respeito da homossexualidade feminina com o foco em duas personagens do romance O cortiço (1994), escrito e publicado na segunda metade do século XIX, tido como um período de grandes transformações e mudanças na ordem social, política e econômica da época. Este trabalho possui como objetivo geral trazer à tona o tema da homossexualidade na sociedade brasileira da segunda metade do século XIX, como pensava e agia a elite dominadora do período frente à diversidade sexual e o que foi produzido em literatura sobre este tema. Questão esta que esteve sempre presente desde os primórdios da humanidade, sendo abordada às vezes de forma mais aberta por alguns e/ou