O homem que calculava
Então terminei o colégio e escolhi uma formação totalmente em humanas. E, assim, meu contato com essa ciência estranha e ingrata se resumiu a fazer contas de salário X o que eu gasto e como podem existir números tão negativos.
Mas Malba Tahan me fez repensar muita coisa e derrubar muitos dos meus preconceitos com a matemática.
O homem que calculava trata de Beremiz Samir – um calculista brilhante – e suas aventuras pelo Oriente Médio. Ele e nosso narrador se conhecem durante uma viagem e passam a viajar juntos pelo deserto. Ali, encontram aventuras onde o cérebro do calculista será posto à prova diversas vezes e colher os frutos de ser tão inteligente e criativo na resolução de conflitos númericos, por assim dizer.
Cada capítulo nos apresenta uma nova aventura e, com ela, um novo problema matemático que Beremiz resolve de maneira surpreendente e até divertida. Confesso que muitas vezes fiquei pensando na resolução simples que ele deu para alguns problemas e a maneira quase poética da explicação de Tahan. Ele consegue romancear os números e deixar o leitor não só com a sensação de que está realmente entendendo o problema como também aprendendo coisas totalmente novas (ainda que não sejam).
Eu tive bons professores de matemática mas nenhum conseguiu me explicar a base das coisas tão bem quanto Tahan o faz nesse livro – quanto mais eu lia, mais ficava claro que a didática do professor faz muita diferença na transferência de conhecimento.
Um dos leitores comentou que o ideal seria ler um capítulo por vez do livro para poder absorver melhor tudo o que está ali. E faz todo sentido. Ler aos poucos ajuda até na concentração para entender as explicações que Tahan