O homem do século XVI: o regime biológico do homem

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A ação do homem sobre a natureza corresponde a que ele possui sobre o seu corpo. Evidentemente, a alimentação é o melhor meio de sustentar e de fortalecer os corpos. É quase o único que, então, se conhecia, dotado de algum valor. No começo do século XVI, o emprego de estimulantes é muito mal regrado. A medicina e a educação física, em absoluto, nada têm de racional.

- Alimentos e estimulantes. Os tipos de alimentação são menos mesclados do que em nossos dias. O meio geográfico comanda. Pão, cozidos de arroz e de milho reinam sobre domínios completamente isolados. Juntam-se a isso as prescrições religiosas (sem vinho, porco e álcool; a Índia bramânica, sem carne nem peixe de mar). Enfim, a tradição resiste à introdução de alimentos novos e de receitas novas.

Decorre disso, em cada região, uma grande monotonia do regime alimentar. Imaginemos a mesa do europeu desprovida de batatas, arroz, cozido de milho, perus, açúcar, álcool, chocolate, chá, café e a ausência do tabaco. Contudo, não se deveria encarecer tal monotonia uma vez que, a partir do século XVI, o europeu renunciou ao consumo de numerosos produtos naturais: bagas silvestres, “ervas”, caças diversas. Existem, além disso, segundo as estações, diferenças de regimes alimentares de que o europeu perdeu o hábito.

Esta monotonia é quebrada pela irregularidade das quantidades consumidas. Fome e penúria não poupam nenhuma região do globo. Todavia, seus efeitos se atenuaram momentaneamente, na Europa, em conseqüência da diminuição da população consecutiva à Peste Negra. Isso é também verdadeiro nos países onde é praticada a pesca marítima, pois a pesca não está submetida aos mesmos imperativos meteorológicos do cultivo. Acrescentemos ainda a importância dos jejuns e das abstinências (153 dias por ano na Europa anterior à Reforma). Se a alimentação cotidiana é modesta, as festas são acompanhadas de comezainas. Mesmo entre os poderosos, é-se mais sensível à quantidade e à consistência dos

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