O Festival de MPB de 1967

Em 1967 tomou posse da Presidência da República o Marechal Arthur da Costa e Silva, eleito pelo Congresso Nacional. A sua escolha já se apresentou de inicio como uma derrota para o grupo que seguia a linha de governo do presidente anterior, Humberto de Alencar Castelo Branco. A política deste governo havia sido baseada principalmente na aproximação do Brasil com os Estados Unidos, onde o governo brasileiro esperava generosos fluxos de capitais, transferências de tecnologias e cooperação técnica, para que o desenvolvimento brasileiro em cima destes fosse construído. Contudo, a realidade foi bastante diferente da expectativa: o capital vindo para o país foi modesto e a cooperação técnica e tecnológica foi escassa. Logo, era necessária uma mudança de mentalidade para que o progresso desejado fosse alcançado. Costa e Silva viria à tona com uma significativa ruptura com a mentalidade do governo anterior. A base do tripé econômico permaneceria no plano doméstico, onde as empresas estatais em junção com o capital externo e a burguesia nacional faziam uma próspera combinação da base socioeconômica. Contudo, para colocá-lo à tona o presidente procuraria parcerias e investimentos em outros lugares do globo. Para isso, os conceitos de segurança e de desenvolvimento passaram a associar-se diretamente. A diplomacia brasileira procurou obter melhores preços, diversificar seus mercados e esforçar-se para captar capital estrangeiro e tecnologia para promover o crescimento do país. Procurou desenvolver um maior poder de barganha através de relações com terceiros e preservar as relações bilaterais que lhe davam vantagem. Contudo, este ano não foi emblemático apenas para as políticas econômicas do Brasil. Também foi o ano do estabelecimento de uma nova constituição, a qual amparava o governo militar e legalizava os seus atos. Para a manutenção da mesma, foram criados os Atos Institucionais, os quais consistiam em decretos feitos pelo presidente, e estavam acima da Carta Magna.