O fator terceirização

De acordo com Rebouças (2011), a crise vivenciada pelo capital no início da década de 1970 gerou três grandes fatores sociais: a crescente degradação do padrão de vida dos trabalhadores, altos índices de desemprego e o aumento da precarização e flexibilização das condições e das contratações de trabalho. Nesse contexto, a flexibilização e a precarização é vista a partir da técnica da terceirização, que como Thébaud-Mony e Druck(2007, p. 28) bem colocou, é a principal forma ou dimensão da flexibilização do trabalho, pois ela viabiliza um grau de liberdade do capital para gerir e dominar a força de trabalho quase sem limites, conforme demonstra a flexibilização dos contratos, a transferência de responsabilidade de gestão e de custos trabalhistas para um “terceiro”.
O fator terceirização difundiu-se de maneira surpreendente, nos últimos anos, de globalmente, se estendendo a muitos ramos de serviços aplicando-se ao setor público e privado. Esse “avanço” desencadeou uma tensa relação entre os trabalhadores e os sindicatos.
Para Rebouças(2011), a técnica da terceirização não está somente no plano econômico, ou seja, não se fala somente em redução de custos e/ou obtenção de lucros, mas enquanto estratégia política, à medida que implanta uma fragmentação objetiva e subjetiva entre os trabalhadores de “segunda categoria” (terceirizados), que se distanciam dos trabalhadores de “primeira categoria” (trabalhadores efetivos).
Dessa forma, observa-se que, a técnica da terceirização do trabalho desemboca na dissolução da identidade de classe, impedindo a ação conjunta entre os trabalhadores terceirizados e efetivos.
Diante desse contexto fático e catastrófico, seria mais viável estabelecer o fim da terceirização da força de trabalho? De acordo com Rebouças (2011), sim. Este pesquisador defende que após de feita análise do cenário já proposto, é fundamental lutar pela unificação das fileiras da classe trabalhadora, isto é, lutar, primariamente, pela imediata efetivação dos