O eu está no comando?

“O Eu está no comando?”.
Estamos a todo o momento, sujeitos a julgamentos próprios, condenações para nossas ações que partem de nós mesmos, porém essas condenações são heranças sociais, heranças paternais. Além disso, lidamos com vontades, desejos, pensamentos que nem mesmo sabemos que existem. Com isso, digamos que o Eu não está sozinho é composto por apêndices.
Á luz de Freud, essa herança paternal, ou até mesmo, ensinamentos de cuidadores que passam por nossas vidas, são a gênese para a formação de algo que chamou de “super-eu”, que faz o papel de um “juiz” que está contido em nós. Ademais, ele constitui nossa moral, o que está certo e errado, o que nós vemos dele é o que ele deixa transparecer para o Eu, por exemplo, nosso sentimento de culpa é a tensão do Eu com o super-eu.
Nesse sentido, podemos tomar a repressão como uma obra do super-eu no Eu, porém como já visto repressão parte do inconsciente, então temos que admitir que partes do Eu e do super-eu são inconscientes. Com isso, lidamos com um inconsciente que facilmente se transforma em consciente, que foi chamado de pré-consciente e ao inconsciente chamaremos de “Id”.
Nesta perspectiva, o Id é a parte obscura e inacessível do nosso aparelho psíquico, ele mantém sua energia a partir dos instintos, quer satisfazer as necessidades do mesmo. Podemos dizer que, Id, super-eu e Eu constituem o aparelho psíquico humano e se ligam entre eles. Ademais, o Eu seria uma parte do Id que foi modificado pelas influências externas, organiza e acolhe os instintos. Para melhor compreensão pode-se dizer que o Eu representa a razão e a prudência e o Id as paixões irrefreadas.
Desse modo, podemos apreender que o Eu deve lidar e harmonizar o Id e o super-eu. Assim, no meu entendimento ele não está no comando, pois no aparelho psíquico não tem um comandante, é uma constituição única, não está tudo separado como se infere na didática, porém é dado unicamente ao Eu a condição de estabelecer a ordem e harmonia. O Eu deve estar