O espetáculo como critério de noticiabilidade nas revistas
*Aluna do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina, na disciplina de Redação V. Agosto de 2006.
Que força pode ter o pensamento lógico numa terra em que predomina o pensamento mágico?
Érico Veríssimo
RESUMO
A sociedade onde tudo está à venda e as aparências se sobrepõem à vida real, Guy Debord chamou de sociedade do espetáculo. Os meios de comunicação são sua maior expressão e participam como atores desse espetáculo. Hoje, aproveitando-se do grande poder da mídia, a espetacularização está tomando conta do segmento considerado “representante” da realidade: o jornalismo. A notícia perde seu caráter informativo e de conhecimento e passa a persuadir para vender e ser vendida. Esse artigo trata do espetáculo como critério na seleção do que deve ser noticiado ou não, principalmente na mídia impressa, no segmento de revistas semanais, citando exemplos de Veja e IstoÉ.
Palavras-chave: noticiabilidade, espetáculo, revistas.
INTRODUÇÃO
Presente no cotidiano das pessoas mais do que qualquer outra instituição, a mídia tornou-se o espaço onde se realiza o debate social. A interferência dos meios de comunicação é tão intensa devido à freqüência com que entramos em contato com eles. A quantidade e variedade de informações hoje são abundantes e estão disponíveis a qualquer um que queira acessá-las. A mídia, então, aproveita-se da vasta tecnologia à sua disposição e do seu poder para atingir às massas, e utiliza o espetáculo com o intuito de persuadir e atrair mais público. “O espetáculo, através dos meios de comunicação de massa, tem a sua manifestação cultural mais esmagadora” (DEBORD, 1997, p. 20). Faz-se mais presente em um mundo onde a mídia encontra-se dominada pelo mercado e pelo lucro, dentro de uma indústria cultural. O jornalismo também foi tomado por essa prática e está deixando de lado a