O espelho que roubava almas

594 palavras 3 páginas
O que mais me lembro da minha infância era o grande espelho que havia na sala da casa da minha avó paterna. Estava sempre coberto por um grande lençol negro, o que despertava a minha curiosidade e de meus primos.

Meus avôs diziam que aquele era um espelho amaldiçoado, capaz de roubar a alma de quem olhasse o seu próprio reflexo nele. Apesar de sermos bastante jovens não acreditávamos na história. Se fosse verdadeira não seria melhor destruir o espelho?

Uma certa noite brincávamos sozinhos na sala quando meu primo Arthur, teve a idéia de tirar o pano do espelho. Eu me calei, apesar de não acreditar que ele teria essa coragem, meu primo mais novo Felipe também não disse uma palavra.

-Vocês são duas mariquinhas!

Disse ele caminhando em direção ao espelho. Aproximou-se segurou o lençol negro com as duas mãos e o puxou para baixo. Instantaneamente, levei minhas mãos aos olhos, não queria olhar.

Ouvi um baque surdo, e em seguida Felipe soltou um grito de desespero, logo toda minha família estava na sala, pelo menos eu acreditava que estavam , eu continuava com os olhos tampados, só tive coragem de olhar quando ouvir minha avó dizer pode abrir os olhos o espelho está tampado.

Meu primo Arthur estava morto, seus olhos estavam revirados mostrando a parte branca, e sua língua pendia para fora da boca. Felipe estava sentado no chão em estado de choque, balançava de um lado para o outro com o dedo polegar na boca.

Fiz terapia por anos para esquecer o que havia acontecido naquele dia. O terapeuta me fez acreditar que a morte de Arthur nada teve a ver com ele tirar o lençol do espelho, aquilo tinha sido uma infeliz coincidência, ele tinha sofrido um infarto, é raro uma criança de dez anos sofrer um, mas o caso dele não foi um caso isolado.

Tive pesadelos frequentes com aquele espelho por anos, sempre me via na sala e uma curiosidade crescente me fazia tirar o lençol. A principio nada acontecia, depois via Arthur com o rosto encharcado de sangue com os

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