O discursso das ciências

Santos, Boaventura de Sousa - Um discurso sobre as ciências / Boaventra de Sousa Santos - São Paulo: Cortez, 2003.

Um Discurso Sobre as Ciências

Na obra citada acima, o autor percorre o longo que caminho que a ciência traçou e ainda vem traçando. A primeira instância, a história da ciência é contada a partir de suas bases metodológicas e ideológicas, estabelecendo um paradigma dominante; onde através de uma rede de fatos históricos e ações de cada sujeito, à epoca, é montada.
É importante salientar que uma característica fundamental desta ciência, em construção, baseia-se na racionalidade, dispensando (ou se assim podemos entender, ELIMINANDO) qualquer outra forma de conhecimento que não siga à risca a razão.
Tal ideia baseia-se no que Santos fala sobre a constituição da ciência moderna:
"A partir de então pode falar-se de um modelo global de racionalidade científica que admite variedade interna mas que se distingue e defende, por via de fronteiras ostensivas e ostensivamente policiadas, de duas formas de conhecimento não científico(e, portanto irracional)."
Santos, 2003, p. 21
É preciso levar em consideração todo o contexto que a ciência vinha se estruturando. Como por exemplo, o estado positivista (Comte), empirismo baconiano, fato social (Durkheim) entre outros. Tais correntes irão influenciar diretamente o modo de fazer e pensar a ciência. Já numa segunda instância, o autor sinaliza uma crise do paradigma dominante. O aprofundmento do conhecimento cientíifico moderno, como ilustra Santos, permitiu ver a fragilidade do pilares em que se funda a ciência moderna; e a partir disso é possivel pensar uma revolução científica, onde a reflexão sobre as bases que a ciência moderna se fortalece sejam posta em questão.
"Este movimento científico e as demais inovações teóricas que atrás defini como outras tantas condições teóricas da crise do paradigma dominante têm vindo a propiciar uma profunda reflexão epistemológica sobre o conhecimento científico,