o comércio ilegal de aves silvestres na região sudoeste da Bahia

O COMÉRCIO ILEGAL DE AVES SILVESTRES NA REGIÃO
DO PARAGUAÇU E SUDOESTE DA BAHIA.1
Gilvan Mota de SOUZA2
Avaldo de Oliveira SOARES FILHO 3

RESUMO: O tráfico de aves silvestres, na região do Paraguaçu e
Sudoeste da Bahia, é um problema sócio-ambiental com conseqüências danosas para a avifauna local. Através deste estudo, foram constatados, as famílias e espécies preferenciais pelos traficantes, as rotas utilizadas para o tráfico, os valores de comercialização e os problemas causados à avifauna local.
1. INTRODUÇÃO
O total de aves no mundo é calculado em aproximadamente 9.700 espécies. A América do Sul, o continente das aves, tem pouco menos de uma terça parte das aves vivas de todo o globo, ou seja, aproximadamente 3.200 espécies de aves residentes e visitantes, o que não é igualado por qualquer outra região do planeta. O Brasil, considerado o país da megadiversidade, ocupa o terceiro lugar em número de aves, com 1677 espécies, abarcando
86 famílias e 23 ordens, isto significa 55,3% do total das aves residentes da América do Sul e
54,1% do total de aves deste continente. (SICK, 1997).
A Bahia, segundo SOUZA (1995 apud LIMA et al. 1999), possui 679 espécies, contudo, até o momento não existem dados regionalizados da diversidade da fauna ornitológica, mas o fato do Sudoeste da Bahia ter suas terras distribuídas em uma faixa de transição de vegetação entre a Caatinga e a Mata Atlântica ( Mata de Cipó), aumenta a diversidade do habitat e conseqüentemente a riqueza da fauna. Segundo estudos sobre aves realizados pela Sociedade Nordestina de Ecologia, Fundação SOS Mata Atlântica e Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais, onde foram analisados 70 espécies de aves endêmicas, 61 espécies ameaçadas, 45 espécies raras, e 37 espécies migratórias, apontaram as matas secas de
Jequié, isto é, as matas de cipó como uma das áreas prioritárias para a conservação de aves em extinção CARVALHO (no prelo).
Embora os números da diversidade da avifauna