O CHOQUE CULTURAL REVERSO EM ESTUDANTES RETORNANDO AO BRASIL
O presente trabalho tem como objetivo compreender como se dá o Choque Cultural Reverso e as dificuldades encontradas pelos indíviduos na volta ao país de origem, através de dados obtidos por meio de pesquisa realizada com repatriados em seu retorno ao Brasil. O número de brasileiros que viviam no exterior e retornaram ao país praticamente duplicou, passando de 87.900 em 2000 a 174.597 em 2010 de acordo com a pesquisa feita pelo IBGE. Este intenso movimento de retorno deu-se, principalmente, pela crise econômica que se fez presente nos EUA e Europa, bem como a estabilização da economia Brasileira e o aumento do nível de emprego. Entretanto, ao retornarem ao país de origem, muitos expatriados vivenciam um certo sofrimento psíquico – desde depressão à ansiedade de retornar para o lugar do qual sairam – decorrentes do processo de re-adaptação à pátria. Este sofrimento psíquico, conhecido internacionalmente como Choque Cultural Reverso e mais comumente citado na literatura brasileira como Síndrome do Regresso, é pouco conhecido pela população e está cercado por uma série de preconceitos, pois quem sofre desta síndrome é comumente considerado esnobe. Tendo em vista estas dificuldades, é importante que a Psicologia contribua para o entendimento desses desafios encontrados pelos expatriados de forma a compreender como se dá esta relação de retorno e de que forma podemos contribuir para amenizar este sofrimento.
Palavras-chave
Choque Cultural Reverso, Síndrome do Retorno, expatriados, repatriados.
INTRODUÇÃO
Entre os múltiplos efeitos da globalização, o processo de Expatriação tem se tornado cada dia mais comum no cenário brasileiro. Seja por conta das empresas que cada vez mais buscam enviar seus funcionários para desenvolverem determinadas habilidades fora do país, seja pelo alto número de estudantes que buscam no exterior um diferencial para os seus currículos, ou seja pela popularidade crescente dos programas de intercâmbio de curta e longa duração, a