O Capital
Karl Marx, autor de "O Capital", irá apresentar, através de seu trabalho, conceitos como Mais Valia, Capital Constante, Capital Variável, Modo de produção capitalista, Acumulação primitiva, entre outros. O modo de produção capitalista ilustra a tese geral de Marx de que a realidade é dialética, que ela contém contradições dentro de si, pois, de um lado a mudança tecnológica, a introdução de novos métodos de produção faz parte da própria existência do capitalismo. A pressão da concorrência força obrigatoriamente os capitalistas a inovarem constantemente, e desse modo a ampliar as forças de produção. Por um outro lado, o desenvolvimento das forças produtivas no capitalismo levará a crises inevitáveis.
O raciocínio contido no Capital destoava da grande maioria dos outros tratados econômicos de sua época por privilegiar um ponto de vista dedicado à visão do trabalhador proletário em detrimento do grande produtor capitalista. É talvez por esse viés adotado por Marx que sua obra seja popularmente demonizada por grupos hostis a qualquer ideia de esquerda. Marx discute uma questão que poucos filósofos prestaram atenção durante a história da filosofia: como é formado o valor da mercadoria e do dinheiro. A base do pensamento de Marx é a dialética de Hegel, e a filosofia proposta por Marx é o materialismo histórico.
A Mercadoria e Capital – Troca e Dinheiro
A mercadoria é um objeto que tem duplo valor: valor de uso e valor de troca, que é o valor propriamente dito. Se tenho, por exemplo, 20 quilos de café, eu posso consumi-los para meu uso próprio quanto trocá-los por 20 metros de tecido, por uma roupa, ou por 250 gramas de prata, se, em vez de café, eu precisar de uma dessas três outras mercadorias. O valor de uso da mercadoria se baseia na qualidade própria da mercadoria: se ela é para beber, para comer, ou para se divertir. Portanto, essa qualidade é determinada para satisfazer uma determinada necessidade nossa e não qualquer outra de nossas necessidades. O