O caderno pedagógico do ensino religioso

A escola pública do Brasil, nas últimas décadas, passou a atender um número cada vez maior de estudantes originários das classes populares. Ao assumir essa função, que historicamente justifica a realidade da escola pública, intensificou-se a necessidade de discussões contínuas sobre o papel do ensino no projeto de sociedade que se quer para o país. Ao definir qual formação oferecer a esses alunos, a escola contribui para determinar o tipo de participação que lhes caberá na sociedade. Por isso, as observações sobre currículo têm, em sua natureza, um forte caráter. Deciframos o currículo como configurador da prática, produto de ampla discussão entre os sujeitos da educação, fundamentado nas teorias críticas e com organização disciplinar sendo uma proposta no atual contexto histórico. Assumir um currículo disciplinar significa dar ênfase à escola como lugar de socialização do conhecimento, pois essa função da instituição escolar é especialmente importante para os estudantes das classes menos favorecidas que têm nela uma oportunidade, algumas vezes a única, de acesso ao mundo letrado, do conhecimento científico, da reflexão filosófica e do contato com a arte. Os conteúdos disciplinares devem ser tratados, na escola, de modo contextualizado, estabelecendo-se, entre eles, relações interdisciplinares e colocando sob suspeita tanto a rigidez com que tradicionalmente se apresentam quanto o estatuto de verdade atemporal dado a eles. Pensar numa concepção de currículo para a educação traz aos professores uma questão a ser enfrentado, no que se diz respeito a diretrizes e parâmetros curriculares. Afinal, o que são as diretrizes e parâmetros curriculares? As Diretrizes Curriculares, por sua vez, se apresentam como uma matriz curricular sendo obrigatórias para a educação que orientam o planejamento curricular das escolas e sistemas de ensino, enquanto o parâmetro se mostra como referencial para a renovação e reelaboração da