O Amor

Portugal, 20 de dezembro de 1989. Sou jogador do Inter há 10 anos, tenho 27 anos, meu nome é Dunga, vou dia 20 de dezembro com a delegação disputar um jogo amistoso junto com o Benfíca. Hoje chegamos a Potugal. Fomos de ônibus até ao campo adversário. Fomos. Estava boa a viagem, que por sinal ia ser longa, e foi. Estava com meu amigo Aluísio do meu lado. Passamos por uma placa estranha que dizia:
- Cuidado com a berma!
Eu disse para Aluísio e ele falou que era acostamento. Estranho, não. Você não acha? Pois é! Mas continuamos e até que enfim chegamos. Entrou o time do Benfíca e o locutor disse:
- Entram os jogadores do Benfíca com camisolas encarnadas.
Perguntei para meus colegas. Significava camisetas vermelhas.
Começou o jogo e o locutor disse: - lá vai o Valdo dominando o esférico.
Pensei, e depois fui notar que era a bola. Derrepente o jogador Amarildo do nosso clube sofreu falta e o locutor disse:
- O jogador Amarildo do Internacional se alejou.
Agora já voltou ao relvado. Que expressões mais poéticas essas usadas pelo locutor. Derrepente o Nélson sofre pênalti e o locutor disse:
- Pênalti favorável ao Internacional! Quem ia bater? Perguntei a todos. E era eu! Ajeitei a bola e o locutor disse:
- O jogador Dunga ajeitou o esférico, correu e é golo do Internacional. O guarda redes não subiu para a bola no ângulo superior do guarda redes. “Shuts”.
Final. Eu fui prestigiado por todos.
Que bom escrever isso neste caderno! Me deixa mais descontraído. Então tchau para você que ler essa emocionante viagem a Portugal.
Dunga. 25 de janeiro de 1990