“O abrir-se de um abutre”: o corpo e as relações de poder permeadas pela diversidade sexual e étnico-racial

3596 palavras 15 páginas
“O ABRIR-SE DE UM ABUTRE”: O CORPO E AS RELAÇÕES DE PODER PERMEADAS PELA DIVERSIDADE SEXUAL E ÉTNICO-RACIAL

Sarah Dias Leocádio (UFOP)
Thiago Augusto Machado (UFOP)

Construção moderna que se refere a uma diversidade de povos, tribos, culturas e línguas, eis a “África” ressurgindo atualmente á luz de novos estudos.....
Benedict Anderson(data) formulou uma teoria muito dominante, principalmente para os estudos culturais pós-colonialistas sobre a idéia de nação e de nacionalismo. Anderson dizia que, não há uma essência natural que consubstancie os indivíduos de uma mesma nação. O que acontece é a construção cultural de um logos discursivo que institui um simulacro tomado como verdade natural ou como essência preexistente ao discurso, como que à espera de assimilação pelos membros da comunidade. Esse estudo serviu de fonte para Stuart Hall (2003:26) pensar a idéia de identidade e o conceito de “comunidades imaginadas” proposto pelo norte-americano. Ao tocarmos na questão da identidade, interessa e também contribui bastante refletir o conceito de gênero como culturamente construído, diferente do de sexo, como naturalmente adquirido, ambos formando o par sobre o qual as teorias feministas inicialmente se basearam para defender perspectivas “desnaturalizadoras” sob as quais se dava, no senso comum, a associação do feminino com fragilidade ou submissão, e que até hoje servem para justificar preconceitos. Na tentativa de “desnaturalizar” o gênero, Butler se punha contrária a idéia a de uma identidade fixa ancorada na premissa na qual se origina a distinção sexo/gênero: sexo é natural e gênero é construído. A desconstrução da identidade, para a autora:

não é a desconstrução da política; ao invés disso, ela estabelece como políticos os próprios termos pelos quais a identidade é articulada. Esse tipo de crítica põe em questão a estrutura fundante em que o feminismo, como política de identidade, vem-se articulando. O paradoxo interno desse fundacionismo é que ele

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