I Trabalho
ICHS – Volta Redonda
Departamento de Psicologia
Relatório de Estágio Básico I
SAÚDE MENTAL INFANTIL
I) LOCALIZAÇÃO DO CAMPO
1. BREVE HISTÓRICO
1530 - 1930
A Saúde Mental Infantil no Brasil, enquanto campo de intervenção, cuidados e estudos sobre a criança, não teve nada estruturado ou sistematizado até o século XIX, quando surgiram as primeiras teses em psicologia e em psiquiatria, e quando foi criado o primeiro hospital psiquiátrico brasileiro, o Hospício D. Pedro II, em 1852.
Os sofrimentos impostos às crianças, como o castigo físico, e a condição de vida (alimentação imprópria e a amamentação mercenária e o perigo na falta de cuidado na escolha das amas de leite escravas) levavam-nas a desenvolver problemas emocionais. Freyre assinala que tanto a educação da casa-grande quanto a do colégio religioso se empenhavam em “quebrar a individualidade da criança, visando adultos passivos e subservientes”. Há estudos, como em um dos livros de Gilberto Freyre, referentes às crianças da época, porém eram estudos voltados para as doenças mais comuns, para o comportamento e para crenças. Haviam muitas mortes devidas doenças como varíola, sarampo, verminoses e outras, a explicação em torno de tantas mortes inocentes eram atribuídas ao seguinte pensamento religioso “ao morrer, puro e inocente, tornava-se um anjinho do Senhor que ia para o céu”.
Vê-se que era preciso tomar medidas que visam a saúde das crianças, essas precisavam ser protegidas, cuidadas, amparadas e educadas, daí a necessidade de propagar os ideais higienistas, que a preservariam dos males e a poupariam da morte prematura.
A interação entre Estado e Medicina no século XIX será responsável pela definição e aplicação de um conjunto de teorias, políticas e práticas voltadas para o bem-estar da população, da criança e, também, da mãe. Tal interação determinará uma nova conduta social, novos costumes e novos padrões de comportamento, culminando nas modificações que