a voz do silêncio
Minha cabeça dói tanto que parece um punhal insistente entrando e saindo sem demora na minha fonte.
O vazio insiste em ficar, aquele de sempre, se fez presente hoje durante grande parte do dia, uma mistura de sentimentos que dentre todos o que mais me assusta é o medo.
Uma vontade louca de partir, sair sem destino, sem olhar no relógio as horas que marcam e ter que sair correndo para casa, pois à hora já está avançada.
Um desejo absoluto de explorar o desconhecido, respirar o ar puro de lugares novos, embarcar num transporte qualquer sem mesmo olhar o seu destino, porque na verdade isso não é mais importante.
A rotina é cruel, insensível, capaz até de matar, isso mesmo tirar uma vida, pois perder a vontade de ser feliz, a vontade de ousar é morrer aos poucos, sem pressa.
O sorriso já não é espontâneo, a gargalhada, dessa eu nem me lembro mais.
Mas quando não se é só, temos que viver por eles e não só por nós, mais conhecidos como “razão de nossa vida” então, é por eles.
Os filhos, essas pessoinhas nunca entenderiam, e nem dariam sentido a metade da nossa dor. Sabe aquela horas que você sente que precisa estar com pessoas, ouvi-las contar histórias, relatar seu dia a dia até mesmo seus problemas, rir com elas ou até mesmo contar suas decepções, às vezes é preciso.
É horrível quando nem tudo se pode falar, parece como uma espinha de peixe atravessasse sua garganta, completamente presa, não adianta tentar esquecer, ela irá incomodar.
É ruim demais não poder se expressar livremente, até mesmo na escrita tem que ter cautela, pois ele pode ler começar a dar sentido a todas essas linhas, do modo dele , na sua forma de pensar, com o pensamento medíocre que todo mundo é ruim e ninguém presta.
Sinto saudades do tempo que minha maior preocupação era saber se minha mãe me deixaria ficar no portão à noite... Não tinha noção do mundo que