A vilolencia em Luiz gonzaga

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Elias Soares teve em 1967 a música "Ou casa ou morre" no LP "Óia eu aqui de novo" gravada por Luiz Gonzaga. A letra, com tom jocoso, trata de um típico caso de honra, em que um pai busca reparar a ofensa feita a sua filha, pelo filho do seu compadre Ludugero, que roubou um beijo da moça. Chamado o feito à ordem, Dolotéro ficou na obrigação de casar-se, condição de manter a paz entre as famílias, que caso negada, haveria atrocidade contra toda a família: “Por esse atrevimento eu fiz um juramento: ou sai o casamento ou morre toda família,” disse o pai ameaçador.
Viver em sociedade implica aceitar determinados códigos de conduta. A honra é um dos valores constituídos historicamente que antevem a existência dos indivíduos. Ela adquire tamanha materialidade em nossas vidas que, em virtude dela, somos capazes de matar ou morrer.
Hobbes no “leviatã” discorreu no capítulo XVII afirmando que os homens competiam demasiadamente pela hora e a dignidade. Em razão delas provém o ódio e a inveja que consequentemente surgem os conflitos.
Maria Sylvia de Carvalho, em “Homens livres na ordem escravocrata” realizou uma pesquisa efetuada na denominada civilização do café, na região do Vale do Paraíba, utilizou como fonte os processos-crimes. A autora constatou que a violência estava presente em todas as situações do cotidiano comunitário, tais como lazer, trabalho, circunstâncias de vizinhança e gerada por uma série de motivos, que vai desde a disputa por sobras de colheitas, até imposição do senso de coragem e defesa da honra ameaçada.
Portanto, músicas do nosso repertório regional possibilitam-nos realizar uma análise de nossa realidade social, pensar nossas relações sociais e reafirmar nossa identidade. Nesse sentido dizemos que esse estilo de manifestação artística é Cultura.

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