A Vigilancia em saúde do trabalhador e a saúde mental

A Vigilância em saúde do trabalhador e a saúde mental A vigilância em saúde foi constituída historicamente como campo estratégico para reduzir a morbimortalidade da população através da identificação e intervenção sobre determinantes, riscos e vulnerabilidades sociais e sanitárias. E, no Brasil, políticas, estruturas e ações de vigilância foram sendo desenvolvidas, acompanhadas pelos modelos teóricos da saúde coletiva na explicação e intervenção do/no processo saúde-doença. A vigilância em saúde do trabalhador (Visat) emerge na década de 1980, no contexto dos Programas de Saúde do Trabalhador, combinando experiências internacionais de vigilância em saúde pública e inspeções/fiscalizações do setor trabalho (Vilela, 2002). Ela surge com a participação efetiva do movimento de trabalhadores e sua implantação na rede pública de saúde no Brasil. Foi uma resposta às demandas de diversos atores sociais e trabalhadores, com intuito de instaurar novas modalidades de enfretamento aos problemas de saúde-trabalho, como questão de saúde pública. Os problemas prioritários a serem enfrentados naquele momento eram variados e refletiam as conjunturas do mundo do trabalho de então, em que sobressaíam os casos de Lesões por Esforços Repetitivos, de intoxicação por benzeno e amianto, entre outros. A participação dos trabalhadores foi fundamental na denúncia dos casos e nas investigações para desvelar suas causalidades, em parceria com os profissionais de saúde, pesquisadores e sindicalistas. O que estava em pauta não era a criação de um sistema estatal para monitorar doenças, mas o desenvolvimento de novos modos de compreender e intervir nas relações entre saúde e trabalho, envolvendo atores em diferentes setores no Estado e na sociedade civil. Essa intensa movimentação da década de 1980 foi de tal forma que, após a criação do Sistema Único de Saúde – SUS, a Visat passa a ser ação de saúde normatizada como política pública. A Visat designa um conjunto de ações de investigação e