A trajetória do serviço social no brasil

A TRAJETÓRIA DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL – CAPÍTULO II

1 INTRODUCÃO

A desigualdade social é um fenômeno existente quando determinada parcela da sociedade detém mais capital ou influencia que outras, constituindo condição que permita a certas pessoas ter maior e melhor qualidade de vida em detrimento de outras. Esse fenômeno faz parte da chamada questão social, evidenciada por problemas sociais diversos que afetam grande parte dos países. A pobreza é existente em todos eles, no entanto as desigualdades ocorrem principalmente em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento como o Brasil. Seus conceitos abrangem a desigualdade de escolaridade, de oportunidade, gênero, renda etc. sendo a econômica a mais evidente, vista como desigualdade social, que no Brasil é percebida como decorrente do processo de modernização e desenvolvimento industrial no século XIX, que trouxe junto disparidades na sociedade, enxergadas como comuns e decorrentes da lógica capitalista, sendo legitimada sem consciência e usando justificativas variadas, baseadas em questões materiais simbólicas e ideológicas. O sistema capitalista além de exploratório expressa também a alienação do homem, porém a consciência da exploração e o agravamento da questão social levaram os trabalhadores a organizarem – se, mobilizados em lutas por melhorias nas condições de trabalho e de vida. As políticas sociais implantadas a partir dos anos 30 no Brasil são concebidas em meio a períodos de conflitos e lutas trabalhistas de inconformismo com as condições impostas pelo processo capitalista de produção. Nesse contexto entra em cena a profissão de serviço social, criada em condições diversas, agregando características peculiares da época, que marcam um avanço posterior que auxiliam na compreensão de suas limitações presentes.

O Serviço Social surge na época para executar as tarefas em meio à sociedade capitalista, imprimindo à profissão antagonismos e contradições, vista como intermediadora entre o poder e o