A trajetória de collor até o impeachmant

A TRAJETÓRIA DE COLLOR ATÉ O IMPEACHMANT

Vinte anos atrás, em 1992, Fernando Collor de Mello, renunciou ao cargo de Presidente do Brasil, minutos antes que fosse aprovado seu impeachmant no senado federal. A estratégia desesperada tentava livrá-lo do inconveniente de perder seus direitos políticos por oito anos, o que o impediria de um breve retorno. Afinal, sua caminhada até a presidência da república havia sido cuidadosamente construída desde que foi nomeado prefeito de Maceió, em 1979, pela ARENA, o partido que na época representava o governo.
Fernando Collor vinha de uma família abastada de Alagoas que, além de dona de uma emissora de TV, já tinha longa tradição na política brasileira. O nome da família e sua permanência na prefeitura de Maceió alavancaram sua candidatura a deputado federal em 1982, já pelo PDS. Naquele momento, o foco de toda luta política era pelas eleições diretas para presidente, pois o país vivia um regime militar, que já durava cerca de 20 anos, implantado pelo golpe que destituiu o então presidente Janio Quadros, democraticamente eleito pelo povo. Durante esse tempo, apesar de muita repressão, os movimentos populares vinham amadurecendo e se organizando no sentido de fazer sua voz ser ouvida, através de sindicatos, associações de moradores e outros movimentos organizados.
Collor foi um fenômeno de marketing construído através de pesquisas para conhecer os anseios e necessidades populares. Num momento em que o povo se indignava diante da corrupção e sofria os efeitos de uma inflação que jogava dia a dia os salários para baixo, Fernando Collor conseguiu capitalizar o descontentamento, personificando aquilo que o povo odiava: o “marajá”, representando todos aqueles que ganhavam muito dinheiro de maneira ilícita e seria o responsável por todas as dificuldades que a nação passava. Essa polarização entre o “marajá” e o “caçador de marajás” teve papel fundamental na construção do personagem “Collor”. Ele seria o “salvador da pátria”, o