A terceira margem do rio

A TERCEIRA MARGEM DO RIO
A terceira margem do rio aborda a história de um homem, pai de família que abandona sua casa, seus filhos e sua esposa e passa a viver remando sua canoa em um rio sem destino algum, permanecendo sempre naqueles mesmos espaços, aos arredores de sua casa. A família, os vizinhos passam a indagar-se o isolamento do homem e sua sobrevivência, uma vez que suportava a fome, o frio, a dor. Ele jamais entrou em contato, jamais procurou se comunicar com alguém, mas continuava por perto. Depois de várias tentativas de comunicar-se com ele, a família deixou aquele local e foi embora, permanecendo por ali apenas um dos filhos. Esse filho, o qual narra o conto, não se conforma com as escolhas do pai, e persiste tentando conversar com ele, saber o porquê daquilo tudo. Um dia, o filho vai até a margem do rio a espera do pai. Lá, ele o vê e o fala que se preciso toma o seu lugar na canoa. O pai acena concordando e então vai em direção ao filho que, com medo, foge. Depois disso o pai nunca mais foi visto.
Um elemento muito marcante no texto, com o qual nos deparamos em diversos trechos é a solidão, que marca principalmente o pai. Ele, assim que passou a viver dentro da canoa, sem nem sequer desembarcar ou botar os pés em terra, "cursava no rio, solto solitariamente”. Seus parentes, conhecidos, vizinhos e familiares, apostavam em diversos argumentos pela sua escolha, tais quais, pagamento de promessas, doença, e, principalmente, a loucura. Pela descrição do filho, durante a narração do conto, das condições de seu pai, percebe-se a solidão, a miséria e a crítica situação. De dia, de noite, com sol, com chuva, com frio, calor, durante anos, com pouca comida, ele permanecia sentado em sua canoa, a uma mesma distância da margem; precisando sempre ser mais resistente, à medida que o tempo ia passando. O filho exalta ainda mais a solidão de seu pai no trecho: “E nunca falou mais palavra, com pessoa alguma” e também quando relata a nova aparência do pai, cuja