A Teoria do Conhecimento em Platão
Ao contrário de Demócrito e seus seguidores, Platão não buscou as verdadeiras essências da forma física, mas influenciado por Sócrates, buscava a verdade essencial. Para ele, a verdade não poderia ser buscada a partir da teoria atômica apresentada por Demócrito, pois a existência destas coisas materiais não divisíveis, variam, mudam, surgem e se vão. Sabia que deveria buscar a verdade plena em algo estável e nas verdadeiras causas, pois a verdade não poderia variar. Dizia ainda que, se há uma verdade essencial para os homens, essa deve valer para todas as pessoas, portanto, devendo ser buscada em algo superior. A questão do conhecimento relaciona-se com exigências ontológicas. Na metafísica de Platão há lugar, não só para o ser estático de Parmênides, como também para o mundo em devir de Heráclito, pois para ele (Platão) a realidade se constitui de um estrato estático e de outro dinâmico.
Platão propõe que o conhecimento é anamnese, ou seja, é uma forma de recordação do que já existe desde sempre no interior da alma humana. Essa anamnese é apresentada em duas formas: uma mítica, vinculada às doutrinas onde a alma é imortal e renasce muitas vezes, por isso já teria visto e conhecido toda a realidade, tanto neste quanto no outro mundo; a outra, dialética. Tanto no mitológico como no dialético, o conhecimento, acredita-se, vem de dentro da própria pessoa, extraindo de si mesmo verdades que não conhecia e as quais ninguém lhe ensinou. A anamnese explica de onde vem e como pode ser o conhecimento desde que haja, já na alma, a presença do verdadeiro. Platão parte do princípio que o conhecimento é proporcional ao ser. Quanto maior o grau de ser, mais ele pode ser conhecido e o mesmo no sentido inverso. À realidade intermediária que é mistura do ser e do não ser, que está entre essas duas polaridades e é sujeito do devir, Platão chama sensível. Nesse intermediário, ele descobre um conhecimento também intermediário entre ciência e ignorância, que chama de