A teoria de edgar morin na corrida genômica

A TEORIA DE EDGAR MORIN NA CORRIDA GENÔMICA

Christiana Vale Bomfim Barreira*

Estudos acerca dos genes chegaram à misteriosa e assustadora descoberta que pessoas, animais, frutas e vegetais partilham igualmente 50% do seu DNA em uma sequência genética quase idêntica. Isso leva à hipótese de que tudo o que existe é nada mais nada menos que uma combinação “sorteada” dos mesmos componentes genéticos. E quanto mais se aproxima do interior das células (núcleo), mais similaridades se encontram. Os mecanismos fundamentais da vida parecem ter sido criados uma única vez no planeta para serem em seguida continuadamente reutilizados em cada organismo. Alguns genes são quase idênticos em todas as espécies, como a ubiquitina, por exemplo, que é 97% idêntica na comparação entre o homem e o fermento. Dentro da espécie humana, o resultado da análise é ainda mais intrigante: 2 pessoas, não importando o quão diferente elas sejam física e psicologicamente, possuem sequências de DNA 99,9% idênticas. Em outras palavras, o que distingue 2 pessoas é somente 0,1% de seu DNA, o equivalente a 1 letra (C, G, T, A) em 1000. Daí, conclui-se que ainda temos provavelmente a mesma variação genética hoje que a de nossos ancestrais quando estes deixaram a África centenas de milhares de anos atrás. Essas descobertas respaldam a teoria de Morin acerca da reciprocidade de ações entre todo/partes, a complexidade dos sistemas, o quanto tudo ao nosso redor está intrinsecamente conectado, ligado, inter-retro-relacionado. Inclusive, uma única letra na sequência de 3 bilhões de pares-base de genes pode fazer uma grande diferença no que diz respeito a traços físicos, psíquicos, e até mesmo em talentos e aptidões. Entretanto, essa aparente insignificante letra pode também causar graves, incuráveis e a fatais doenças e deformações no gênero humano. Ou seja, uma ínfima parte do todo, como 1 letra em 6 bilhões, é capaz de causar um efeito catastrófico no todo. Dessa forma, decifrar não somente as