A Sexta Meditação

1540 palavras 7 páginas
Depois de duvidar de tudo que fosse enganoso, estabelecer a primeira certeza em uma coisa pensante e a existência de deus, as quarta e quinta meditações procuram resolver os problemas sobre verdade e falsidade das coisas e a essência ontológica de um ser perfeito divino garantidor de tudo que fosse verdadeiro. Para isentar deus de erro, a quarta meditação fixa a clareza e distinção como razões suficientes no sentido de separar as coisas verdadeiras das falsas, enquanto a quinta, através da constatação da natureza imutável e correta da matemática, tenta provar ontologicamente que um deus existe como principal fonte dessas certezas.

Uma vez constatada essas definições, na sexta meditação, Descartes trata de enfrentar o problema da realidade material. As coisas materiais, vistas sob a ótica da geometria, aparecem de forma clara e distinta. O que as tornam passíveis de existirem realmente. A clareza e distinção de uma ideia definem a possibilidade ou não de uma coisa. Quando tais requisitos não são satisfeitos, o juízo deve ser suspenso. Pela imaginação, é permitido afirmar a probabilidade da existência de algo [4].

A imaginação consegue manifestar a presença de objetos simples ao espírito, enquanto a pura intelecção possibilita conceber coisas mais complexas. Um pentágono, por exemplo, pode ser concebido e ter seus lados e área imaginados claramente. Já um quiliógono só é pensado conceitualmente. Assim, algo, além do espírito, pode ser presumido previamente, quando se une imaginação e intelecção, como faculdades mentais [5].

Uma segunda presunção decorre disso. A imaginação, para existir, depende de uma coisa fora do espírito. A pura intelecção, ao contrário, não depende de mais nada, pois é a essência do ser pensante. No campo das conjecturas, a imaginação permite sustentar a probabilidade de algum corpo existir [6].

Os sentidos, por sua vez, fornecem à imaginação os elementos externos à concepção para formação das coisas corpóreas. Uma investigação mais

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