A SEGUNDA INFANCIA
Formação do autoconceito O aparecimento do conceito do “eu” é, sem dúvida, o acontecimento de maior importância em todo o processo evolutivo nessa fase da vida que, segundo Allport, é descrito em cinco estágios: a sensação física ou corpórea do “eu”, o senso de continuidade e autoidentidade, o senso de orgulho ou autoestima, extensão do “eu” e a formação de autoimagem. Aos dois anos de idade, a criança já tem a experiência direta do seu próprio corpo, e sua identidade inclui o seu próprio nome como algo que lhe pertence. O conceito de autoidentidade é facilitado pela aquisição da linguagem. Aos dois anos de idade a criança já sabe o seu nome, se bem que ainda não possa usar corretamente os vários pronomes pessoais de sua língua. É por isso que a criança nessa idade usa o pronome de terceira pessoa para referir-se a si mesma. Aos três anos surge o fenômeno do orgulho ou de autoestima, que na teoria de Erikson é a necessidade de autonomia e independência, que pode ser visto também como critério de avaliação do desenvolvimento de um autoconceito. É nesse período da vida que a criança diz NÃO a quase tudo no mundo, como forma de autoafirmação. Uma atitude razoável de aquiescência favorecerá o senso de autoestima da criança, enquanto que demasiada aquiescência ou a supressão drástica desse negativismo poderá criar maiores dificuldades para o futuro ajustamento. Dos quatro aos seis anos de idade, começa a extensão do “eu”, onde a criança começa a formar de maneira mais clara sua autoimagem. Daí o comportamento possessivo e ciumento da criança. A autoimagem propriamente dita, não se sabe exatamente como se forma no ser humano. Acredita-se que é resultado da interação do ser humano como o seu meio social. Se as pessoas tratam a criança com respeito e