A seca dos reservatórios de água em SP
A falta de chuvas e o intenso calor nos primeiros dois meses do ano têm deixado cada vez mais crítica a situação dos reservatórios de água em São Paulo. O município de Valinhos, a 87 quilômetros (km) da capital paulista, já enfrenta as consequências da estiagem. Na última segunda-feira (3/2), o Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos (Daev) precisou suspender o abastecimento em 13 bairros do município para levar água a outras dez localidades. Caso não chova, o órgão estima que o sistema tenha capacidade para operar de forma autônoma por mais 100 dias.
O revezamento entre os bairros do município durou dez horas, das 12h às 22h. Ele ocorreu porque o manancial João Antunes dos Santos reduziu a produção de 50 litros por segundo para 10 litros por segundo. De acordo com o órgão, isso afetou 10% da água tratada disponível para a cidade. A manobra para levar água a bairros que estavam desabastecidos desde sexta-feira (31) pode ser repetida nos próximos dias. A ideia é que as casas que têm caixa d'água possam reabastecê-las para enfrentar o período de seca. As que não têm, no entanto, já sentem o impacto da falta d'água nas torneiras. Outros mananciais da cidade também estão em estado de atenção. O Santana de Cuiabanos está 1 metro abaixo do normal, o Figueiras chega a 1,2 metro e o Moinho Velho está 50 centímetros (cm) abaixo do nível máximo.
Segundo o Daev, metade da água consumida em Valinhos é oriunda do Rio Atibaia, que recebe reservas do Sistema Cantareira. O sistema, por sua vez, está com apenas 20,9% da capacidade, conforme dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Cerca de 45% do abastecimento são feitos por quatro mananciais próprios e, para bairros mais distantes do centro, aproximadamente 5%, a água é oriunda de poços profundos. De acordo com o departamento, a previsão é chuva apenas para o dia 14 de fevereiro. Para superar esse período de estiagem,