A responsabilidade moral das instituições
A responsabilidade moral do indivíduo decorre de sua consciência sobre o que é certo, adequado, pertinente, aceitável, ou mesmo desejável à luz da sua ética pessoal, e das éticas dos grupos dos quais faz parte.
Pensando uma instituição enquanto sujeito coletivo cuja existência transcende a dos indivíduos, mas dotada de uma ética própria, é possível formular o conceito de uma responsabilidade moral institucional.
Essa ética corporativa decorre não apenas das percepções individuais isoladas, mas também de um processo de construção coletiva, espelhada em grande parte nos indivíduos da sua alta direção, e movida pelos componentes estratégicos da organização (missão, visão, valores, etc.) e pela decisão de pautar as ações institucionais por esses princípios.
Embora alguns autores neguem a possibilidade de uma "ética corporativa", como Friedman(1970), cujos escritos consideram as empresas como entes amorais que pautam-se apenas pelas leis econômicas, o desenvolvimento da ciência administrativa tem apontado noutra direção. Cortina(2000), em seus estudos, atribui um carácter às organizações; e numa perspectiva mais holística, segundo French(1995), há uma intencionalidade que é inerente à empresa da mesma forma que é atribuída ao indivíduo. Ainda nessa linha, Goodpaster(1977) conclui que a empresa é uma personalidade moral e desta forma ela pode realizar ações intencionais e ser responsabilizada por elas.
Referências Bibliográficas:
CHERQUES, H. R. T. Max Weber e a ética nas organizações. Revista de Administração Pública, v. 31, n. 2, p. 5-22, 1997.
CHERQUES, H. R. T. Responsabilidade moral e identidade empresarial. Rev. adm. contemp., Curitiba, v. 7, n. spe, 2003 . Disponível em: . Acessado em: 20/03/2013.
CORTINA, Adela. Ética de la Empresa. Madrid,