A Reestruturação Produtiva
Concomitante a estes fenômenos, ocorre, também, a fragmentação e a desestruturação do trabalho, o que acaba gerando tendências imensamente insatisfatórias em termos sociais.
Um primeiro aspecto que gostaria de destacar é que o novo padrão produtivo, baseado no uso das novas tecnologias e no conhecimento, trouxe para muitos países a diminuição do trabalho necessário, uma vez que, com a presença da automação microeletrônica, houve uma significativa redução da mão-de-obra típica da produção verticalizada da era fordista de produção.
Esse fator acabou gerando um grande impacto na questão do emprego.
Observando a história, pode-se ver que, desde a primeira Revolução
Industrial[1] do século XVIII, as inovações tecnológicas têm sido recorrentemente consideradas uma ameaça aos empregos. Naquele contexto, os trabalhadores ludistas[2] destruíram as primeiras máquinas têxteis assustados com a conseqüência de sua introdução. No entanto, hoje, a relação entre o avanço tecnológico e o emprego é bem mais complexa.
É interessante a observação de Mattoso (1999) onde ele indica que a introdução das inovações - elevar a produtividade e reduzir o trabalho incorporado à produção - quando visto do âmbito de uma empresa ou região se transforma em uma fatalidade, em desemprego e precarização do trabalho.
Esses males da sociedade contemporânea parecem, então, resultar apenas da reestruturação produtiva, das novas formas de