A Questão Racial no início do séc. XX
XX
RIO DE JANEIRO
2013
Introdução
O trabalho visa a mostrar, por meio dos mais diversos ramos, como as diferenças raciais estavam entranhadas na sociedade brasileira do início do século XX.
Para isso, foram escolhidos elementos culturais típicos da identidade nacional, como o futebol, a capoeira, o samba e a pintura. Esse ramos foram especialmente escolhidos por se tratarem de campos em que houve uma mudança significativa para os dias atuais.
Assim, esse trabalho não só tem a função de descrever comportamentos de uma determinada época, mas também comprovar o avanço da tolerância e do respeito em diversas áreas da sociedade.
Futebol
O Flamengo podia ter um preto no atletismo, no basquete (sic), no waterpolo, no remo. Assistia-se a uma regata de longe, do pavilhão da praia de
Botafogo, da amurada da Avenida Beira-Mar, de uma barca. Não se via direito o remador, via-se o barco, os remos. Os remadores, numa regata, viravam uns barcos, uns remos.
Num match de futebol via-se o jogador em close-up. Batalha, Pena e
Hélcio, Mamede, Seabra e Dino, Newton, Candiota, Nonô, Vadinho e Moderato.
O Flamengo não podia ter nenhum preto em futebol. Em futebol precisava ser branco, tão branco como o Fluminense. Não era de admirar, portanto, que quando gente do Flamengo e do Fluminense se juntava para formar um escrete carioca, o escrete saísse todo branco, do quíper ao extrema-esquerda (FILHO,
Mario. O negro no futebol brasileiro. 4ª Edição. Rio de Janeiro: MAUAD Editora,
p. 144, 2003.).
Como se pode ver na citação acima, os jogos de futebol funcionavam como um espaço de segregação racial na sociedade brasileira da época. Os times de elite do futebol nacional eram formados por jovens brancos de classe alta. Negros e mulatos eram praticamente impedidos de jogar nos campeonatos estaduais. Essa situação começou a mudar em 1905. Coube ao The Bangu Athletic
Club, uma equipe constituída a partir de jogadores