A Questão Judaica

A Questão Judaica (Karl Marx, 1843)

O texto a seguir trata-se da uma resenha do livro A Questão Judaica, escrito em 1843 por Karl Marx. Para maior compreensão das idéias expostas pelo autor dividiremos esta resenha em 2 tópicos, no primeiro faremos uma breve contextualização da obra e o segundo buscaremos identificar as idéias centrais apresentadas pelo autor a partir da reflexão de algumas questões-chave.

1. Breve Contextualização da Obra
A Questão Judaica foi escrita por Karl Marx no final da primeira metade do século XIX, em 1843, na Alemanha e publicado em Paris no ano de 1844, no único número dos Anais Franco-Alemães.
A conjuntura sociopolítica da época era a da emergência do capitalismo industrial na Europa, do surgimento dos Estados-Nação com a ascendências do iluminismo e da proclamação dos Direitos do Homem, além do nascimento do movimento operário como primeiro movimento social moderno e a intensificação da luta de classes na Europa.
Nesta importante obra, que marca o início do rompimento de Marx com a ideologia de Hegel, o autor realiza reflexões sobre o papel do Estado no processo de emancipação política dos cidadãos, a partir da análise crítica de pressupostos levantados pelo também filósofo hegeliano Bruno Bauer sobre as condições dos judeus na Alemanha em uma sociedade onde prevalece o Estado Cristão.
Em sua análise sobre emancipação política e humana dos judeus na Alemanha, Bauer traz questões relacionadas à impossibilidade dos Judeus conquistarem sua emancipação civil, política em um contexto de Estado Cristão, ou qualquer outro, pois pela natureza de sua religião é incapaz de emancipar-se, conforme explicita Marx no trecho abaixo:

O Estado cristão, pela sua própria natureza, é incapaz de emancipar o judeu. Mas o judeu – acrescenta Bauer-, pela sua natureza, não pode ser emancipado. Enquanto o Estado permanecer cristão e o judeu continuar a ser judeu, são igualmente incapazes aquele de conferir, e este de receber a