A psicologia thomista

8776 palavras 36 páginas
A Psicologia Tomista por Paulo Faitanin - UFF
1. Origem: Peri Yuchj [Perì Psychés, em latim De anima] foi provavelmente o nome dado ao grupo de 3 livros de uma obra inacabada que Aristóteles [384-322] escreveu. Já desde Homero via-se a evolução semântica do uso e aplicação do vocábulo yuch/ para significar o princípio de vida. Muito provavelmente foi por esta razão que o Estagirida ou o editor de sua obra assim denominara este tratado, já que o seu ojetivo era investigar a natureza, o ser, as propriedades e as operações da alma, enquanto princípio de vida do corpo [De anima, I,1, 402a 5-11]. Nela encontramos, efetivamente, uma investigação acerca da alma. Contudo, a formação e o uso da palavra psicologia [psyché+logia=ciência, estudo da alma], para designar tal estudo, é relativamente recente. Foi cunhada provavelmente ao longo do séc. XIV e XV, aparecendo no conteúdo de obras de Melanchton [1497-1560] e de Marcus Marulus [1450-1524]. Como título de um tratado surgiu na obra de R. Goclenius em 1590. Desde então passaria a nominar estudos sobre a alma, como o de Christian Wolff, no século XVIII, que por volta do ano de 1732, denominou seu estudo Psycologia empirica. Literalmente psicologia significava, como significa ainda hoje, o estudo ou a ciência da alma. Mas este estudo já havia sido considerado pelos antigos, por Platão e, especialmente, por Aristóteles que o sistematizou na referida obra. A partir da sistematização aristotélica psicologia passaria a designar o estudo da natureza da alma, a gnosiologia o estudo dos fenômenos psíquicos cognitivos, a antropologia a relação ontológica entre alma e corpo e ética o estudo das paixões da alma. Eis a divisão e o conteúdo da obra em Aristóteles:
De anima
Livro I (A)
Livro I: Acerca da dignidade, utilidade e dificuldade desta ciência que versa sobre a alma. As antigas opiniões sobre a natureza da alma. Sobre a unidade da alma com relação às opiniões propostas. Em três capítulos.
Livro II (B)
Livro II: Acerca

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