A prática musical religiosa do fim do séc. xvi ao início do séc. xviii

478 palavras 2 páginas
A Prática Musical Religiosa do fim do séc. XVI ao início do séc. XVIII

No século XVII, a prática jesuítica deslocou-se da costa para o interior. Os religiosos, a partir dessa época, passam a se utilizar também de línguas não tupis, sendo os capuchinhos (divisão da ordem franciscana), os primeiros que expandem o ensino musical às nações cariri, que é a principal família de línguas indígenas do sertão do Nordeste. Na segunda metade do século XVII, inicia-se uma nova fase, pois já não havia índios para catequisar, porque haviam emigrado, fugindo a essa catequese da qual nada compreendiam e nem lhes sabiam o proveito. É nessa fase que um dos representantes, Martin de Nantes, compõe o “Cantico Espiritual sobre o Mysterio da Encarnação do Verbo Divino” e o “Cantico Espiritual a S. Francisco, orago da Igreja Matriz dos Indios de Wracapa”, em versão bilíngue português-carirí. Provavelmente utilizados entre os índios, estes dois cânticos estão entre as primeiras formas de poesia cantada em língua não tupi. Mamiani era um dos jesuítas que partiu para os sertões do país, escreveu Catecismo da Doutrina Cristã. A novidade é que, pela primeira vez, o autor dedicou um espaço de seu livro à “solfa” desses textos, ou seja, ao solfejo, à música com a qual deveriam ser cantados, fato único, que indica uma preocupação com o aprimoramento da técnica do emprego musical. Não houve música impressa nessa época, e é possível que o acúmulo de insucessos na catequese tenha desestimulado os padres a investir esforços nesse tipo de publicação. Normalmente, a música de orações e cantigas era transmitida oralmente, quando não era inventada pelos próprios padres, Nesses primeiros séculos da colonização do país, foram desenvolvidas todas as técnicas básicas de catequese indígena, sobretudo no que tange à utilização da música. Observamos que, nesse processo, a utilização da música exerceu um papel crucial, se não na própria “conversão”, ao menos na “deculturação”, cuja

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