A prisão repensada por michel foucault ----- (maérlio machado)

2240 palavras 9 páginas
VIGIAR E PUNIR: A PRISÃO NA PERSPECTIVA DE MICHEL FOUCAULT

Michel Foucault, ao analisar a formação histórica das sociedades dos séculos XVII a XIX, através de um estudo detalhado sobre o surgimento da prisão, verifica um exercício do poder diferente do exercido pelo Estado, exigindo um repensar institucional, descortinando a história dos domínios do saber e, ainda, o interrogar do pensamento pelo próprio pensamento, no que diz respeito à análise dos preceitos de internamento. Tal se concentra na formação do poder como produção de toda uma hierarquia que se realiza a partir da troca entre saberes disciplinares nas mais diversas instituições, sejam elas propriamente repressivas (tal qual a prisão e as forças armadas); econômica (como as fábricas) ou até pedagógicas (como as escolas).

Segundo Foucault, o que caracteriza o conjunto hierárquico como vida é o poder difuso, e não o uso privado pelo topo do poder. Para Foucault os séculos XVII a XIX não foram apenas um marco na regulamentação escrita dos exércitos, escolas, prisões, hospitais e fábricas, mas que se persegue principalmente uma idéia da conversão do homem em máquina. É algo com a intenção de tornar o indivíduo útil e disciplinado através do trabalho.

Esse tipo específico de poder que se expande por toda a sociedade, investindo sobre as instituições e tomando forma em técnicas de dominação, possui segundo Foucault, uma tecnologia e história específica, pois, atinge o corpo do indivíduo, realizando um controle detalhado e minucioso sobre seus gestos, hábitos, atitudes, comportamento, etc.

Essa ação sobre o corpo não opera simplesmente pela consciência, pois, é também biológica e corporal. É, pois, justamente esse aspecto que explica o fato de que o corpo humano seja alvo, pela prisão, não para supliciá-lo, mutilá-lo, mas para adestrá-lo e aprimorá-lo. Isto converterá segundo Foucault, numa riqueza estratégica e numa eficácia positiva.

É, portanto,

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