A prisão pode ser pautada na materialidade indireta do delito e nas provas de fundamentação e persecução objetiva e subjetiva?

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Tomando por base inicialmente o princípio fundamental da presunção de inocência para que seja respondido esse questionamento, devemos lembrar que esse princípio é uma garantia constitucional que surge no ordenamento jurídico brasileiro com o advento da Constituição Federal de 1988. O princípio da presunção de inocência ou não culpabilidade, segundo a doutrina jurídica, estabelece o estado de inocência como regra em relação ao acusado da prática de infração penal, a mesma está prevista expressamente no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal que preceitua que “ninguém será considerado culpado até que o trânsito em julgado de sentença penal condenatória” Consagrando-se dessa forma como um princípio essencial do Estado de Direito com a garantia processual penal, visando a tutela da liberdade pessoal.
Partindo desse pensamento concluímos que de fato não haveria a possibilidade de efetivamente condenar os acusados, uma vez que o crime de homicídio, que se trata do ato de um indivíduo vir a ceifar a vida de outro, podendo ser comprovado através da verificação de cessação do funcionamento cerebral, circulatório e respiratório da pessoa atingida, trata-se de um crime de caráter material em um primeiro momento, sendo esse um crime punitivo em praticamente todas as culturas, porém baseando-se sempre nas provas materiais, dessa forma torna-se um crime material, que exige necessariamente um resultado. Portanto, como condenar um indivíduo por homicídio sem uma análise do cadáver dessa vítima? Como obter provas suficientes para a condenação desse acusado se de fato a prova cabal não foi encontrada?
Como questionado na pergunta norteadora, a inexistência da materialidade delitiva seria fundamento suficiente para esquivar os acusados da prisão preventiva?
Claramente, essa inexistência material de provas não implicaria em nada para que um juiz decretasse a prisão preventiva de qualquer acusado, uma vez que a prisão preventiva não é uma pena aplicada ao acusado

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