A praga dos anúncios cantados

931 palavras 4 páginas
10/14/2014

- Observatório da Imprensa -

PUBLICIDADE & PROPAGANDA

A praga dos anúncios cantados
Por Lyana de Miranda em 29/08/2011 na edição nº 657
Qual o poder de um jingle? Essa é a pergunta que me vem à cabeça toda vez que me pego cantarolando, quase inconscientemente, as musiquinhas que adornam comerciais mundo a fora.
Grudento tal chiclete no asfalto quente, esse recurso da publicidade é, quase sempre, um tiro certo na cabeça de quem os ouve. Ame ou odeie, ele estará lá, tocando nos breaks das novelas e telejornais e ecoando embaralhado os pensamentos do cotidiano.
Para quem pensa que a coisa está meio fora de moda em tempos de consumo consciente e direitos dos consumidores, que pregam a informação em detrimento da simples explanação (ou mera persuasão) dos produtos, basta ligar a TV ou o rádio para constatar que o soneto é outro. Na vasta cartela de produtos e serviços que são oferecidos, lá estarão os famigerados anúncios cantados cujo uso, não por acaso, é recomendado em manuais da área que curiosamente sugerem: “Quando você não tem nada a dizer sobre um produto, cante. Cantando, você diz muito melhor.”
Essa forma “melhorada” de anúncio, sem dúvida, auxilia na fixação da mensagem. E quando a decoramos, não gravamos só a melodia, com suas rimas ricas e ritmos acelerados, mas também o que nela está contido – um discurso sobre o nada desprovido dos propósitos que o qualificariam como um
“anúncio cidadão”. Mas enquanto o dito ficar pelo maldito, corre-se o risco de o debate virar proibição, cerceando a querela e aumentando a polêmica. Perde-se, mais uma vez, a oportunidade de diálogo. O que pensam as crianças?
No início do mês, o comercial da montadora de carros Nissan, criado pela agência Lew´Lara/TBWA, alçou o titânico patamar de “maior sucesso de todos os tempos” da última semana. Em poucos dias, obteve mais de um milhão de views no YouTube e alcançou o topo dos trend topics (TTs) do Twitter, que é o ranking dos assuntos mais

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