A política desenvolvimentista e o governo “Bossa Nova”
No início da década de 60, a sociedade brasileira vivia um momento de grande efervescência, que chegou a ser caracterizado como pré-revolucionário. Os "anos JK" (1956-1960) foram um período de euforia desenvolvimentista, embalado pelo "plano de metas" e pelo slogan "50 anos em 5”, símbolo da chamada política de desenvolvimentismo ou nacional-desenvolvimentista.
Economicamente, essa política significava acelerar o desenvolvimento capitalista brasileiro, expandindo os setores de bens de capital e bens de consumo duráveis mediante grandes investimentos públicos e privados, nacionais e principalmente estrangeiros, promovendo maior integração da economia brasileira ao capitalismo internacional.
Politicamente, significava garantir a continuidade da aliança populista, estabelecer uma base de apoio no Congresso, mantendo uma maioria parlamentar para a aprovação dos projetos e garantir apoio estável das Forças Armadas.
Ideologicamente, significava afirmar o desenvolvimentismo, cujo discurso, diluindo os interesses antagônicos de classes, convocava todos os grupos e classes sociais a serem soldados do desenvolvimento e a se engajarem, dentro da ordem, numa grande ação coletiva de toda a Nação, para alcançar as metas de desenvolvimento e construir um novo Brasil dinâmico, moderno e confiante.
O governo de JK criou um clima de euforia e otimismo, alimentado pela política populista e por grandes símbolos como Brasília, pela ideia de estar começando “um novo tempo”, “uma nova maneira de ser” e por um estilo próprio de governo (“presidente voador”, “presidente bossa-nova”, “presidente sorriso”). Esse clima de crescimento, desenvolvimento, otimismo e confiança levou a década de 50 a ser conhecida como "Anos Dourados".
Com base na onda de otimismo dos “Anos Dourados”, um grupo de jovens músicos e compositores de classe média alta começou a buscar algo realmente novo. Estes artistas acreditavam que o Brasil poderia