A Personagem Do Judeu Claramente Apegada Ao Dinheiro
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A personagem do Judeu é claramente apegada ao dinheiro. Sua marca é um bode, o qual ele carrega as costas. Quando chega a Barca do Inferno já oferece dinheiro para que o Diabo lhe embarque, o que demonstra de fato que os judeus não eram bem vistos naquela época e possivelmente eram perseguidos por seus costumes religiosos, assim como o fato de o próprio autor não saber como lidar com a figura do judeu dentro de uma sociedade Cristã. A passagem mais interessante de ser analisada é a maneira com a qual o judeu desdobra-se para embarcar o bode, oferecendo dinheiro ao Diabo. Desta feita, nem o Arrais do Inferno deseja o embarcar e esta cena é forte, por este preconceito religioso da época. Por fim, ele consegue entrar na barca, embora vá a reboque. Uma observação relevante da cena é que o Judeu, mesmo sendo pecador pelo seu apego ao dinheiro, após a leitura completa da peça, parece ser o pior dos pecadores, merecendo o Inferno bem mais que um agiota, uma cafetina, um juiz corrupto ou um suicida.
Isa Quatro Cavaleiros. Eles sucumbiram lutando pelo Cristianismo, e por isso, as vidas que ceifaram até as próprias mortes, são perdoáveis já que a causa que defendiam, era a divulgação da fé. Para o autor, todos deveriam dedicar a vida às coisas cristãs e isto é demonstrado pela passagem dos bravos guerreiros rumo a Barca do Céu. O Diabo ainda pergunta porque os mesmos passam pela sua barca infernal direto rumo àquela do Arrais do Céu, e os dois cavaleiros com voz ativa na obra, respondem que aqueles que morrem por Jesus Cristo, não haverão de embarcar na Barca do Inferno. Este pensamento é típico da época das Cruzadas, ainda tão evidente no século XVI.