A pedra preciosa de James Gray
A Imigrante (The Immigrant, EUA/França, 2013) é o mais novo filme do diretor James Gray, e chegou esse ano no Brasil, apesar de não ter ido ao circuito comercial em Belém, vale a pena comentar sobre essa obra-prima.
Mesmo com todo o falatório a respeito de A Imigrante ter sido o mais diferente filme de James Gray, o próprio parece ter-nos preparado para ele desde sua primeira película. O diretor sempre retratou a realidade dos estrangeiros na América, desde Little Odessa (1994) há a desmistificação do sonho americano. O deslocamento é a peça-chave da atuação de todas as personagens principais e de suas respectivas famílias, muitas vezes, mostrando a figura feminina como um pilar que une a todos. E esse deslocamento não é presente só na atuação, mas em toda a construção do filme, principalmente em sua iluminação.
A luz nos filmes de James Gray sempre pende para um tom esverdeado, contrastando com tons de amarelo e azul acizentado, como a triste cena de sexo sem intimidade no gélido terraço em Amantes (Two Lovers, 2008) que possui tons frios e duros de azul. Em sua maioria, a preponderância ainda é da meia-luz esverdeada, existe um grande cuidado com a iluminação e em entrevista a Luís Miguel Oliveira, Gray admite seu cuidado exaustivo com a luz e a cor de cada cena. E seu desejo de que isso fosse tomado pelo inconsciente, que o espectador apenas sentisse a cor e não a enxergasse de fato.
Em The Immigrant, a luz continua a mesma, mas é diferente, sim, é difícil mesmo de explicar, mas é como se ao invés de principalmente verde, tivéssemos uma predominância maior do amarelo, em tons obscuros, mesmo em tomadas externas. Procurando algumas coisas sobre teoria das cores, encontrei uma definição que muito me agradou a respeito de tons amarelos: Simboliza o ouro e com este, a força selvagem e a arrogância. E sob certos aspectos psicológicos, a cor da raiva, do atrevimento, dos impulsos e da falsidade. (…) Quando misturado