a onda
Adolf Hitler, 1933
No dia 30 de abril de 1945, quando tropas soviéticas estavam a poucos quarteirões do bunker onde havia se escondido, Adolf Hitler (1889-1945), chefe (führer) do regime nazista, cometeu suicídio disparando uma bala na sua têmpora direita. Imediatamente o mundo pôs-se estupefato, perguntando-se como seria possível um país de mais de 65 milhões de pessoas haver sustentado um movimento tão destrutivo quanto o nacional-socialismo. Conforme novas informações chegavam às agências internacionais de notícias acerca do número de vítimas dos campos de concentração, a intelectualidade e as elites políticas de diversos países tornavam-se progressivamente mais obcecadas em explicar aquele que seria o enigma do século XX: o que levaria um grupo de pessoas, em sua maioria racionais, a apoiar um líder autocrático, cuja ordem mais vultosa fora a de exterminar mais de 6 milhões de vidas humanas em câmaras de gás? Muitos, dentre os quais escritores como Albert Camus e filósofos como Hanna Arendt, se dispuseram a respondê-lo, apresentando seus argumentos na forma de tratados, estudos, romances e, obviamente, filmes.
Porém, talvez a mais nebulosa e assustadora das teses tenha sido engendrada por Ron Jones, um professor de história da Escola Secundária Cubberley, de Palo Alto, Califórnia, no ano de 1967. Incapaz de responder aos questionamentos de seus alunos sobre como o povo alemão teria sido capaz de apoiar as atrocidades nazistas, Jones decidiu realizar um experimento sociológico. No período de uma semana, transformou sua classe de 30 alunos em um verdadeiro movimento fascista, com direito a uniforme, saudação e parafernália ideológica. Começando com simples exercícios de como sentar-se apropriadamente nas