A NEGAÇÃO DO BRASIL x HOMICÍDIOS NO BRASIL

A NEGAÇÃO DO BRASIL x HOMICÍDIOS NO BRASIL

O documentário “A negação do Brasil - O negro na telenovela brasileira”, do roteirista e diretor Joel Zito Araújo, conta a trajetória dos atores negros no início da história das telenovelas no Brasil, na qual quase sempre eram subalternizados, inferiorizados em função da pouca visibilidade e ainda representavam personagens estereotipados e negativos. “O diretor aponta as influências das telenovelas nos processos de identidade étnica dos afro-brasileiros e faz um manifesto pela incorporação positiva do negro nas imagens televisivas do país.” (Paulo Cunha Planeta Sustentável - 2007).
Em entrevista ao programa Salto (Rede Brasil), Joel Zito, afirma que "as pessoas, inconscientemente partilham a visão de que o belo, o culto, o desejável, o moderno, o ser Primeiro Mundo, é ser branco". Ligado à cultura brasileira, essa ideia é extremamente negativa para que o negro interprete grandes personagens. Nas novelas brasileiras, o negro é sempre o malandro cheio de ginga, passando uma imagem de falta de responsabilidade, desleixo e até mesmo de marginal, o que é negativo para fixação de seu caráter. Só depois de muito tempo, o negro passou a interpretar o papel de um rico empresário, de um grã-fino, de herói etc.
Em “A Cabana do Pai Tomás”, a escolha de um ator branco, que foi pintado, para interpretar o velho negro Pai Tomás provocou a primeira polêmica pública sobre a questão racial na televisão brasileira. Em São Paulo, surgiu uma série de protestos sobre o preconceito que ali foi marcado, como se não existisse atores negros que pudessem fazer aquele personagem sendo que metade da população brasileira é formada por negros.
Entretanto, a ausência dos negros na televisão é um espelho do preconceito de um país que nega sua própria realidade – um país miscigenado, com predominância negra. O documentário mostra que, ainda atualmente, os negros "continuam vivendo as mesmas compulsões desagregadoras de uma autoimagem depreciativa,