A mutação da obra de arte

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Em seu texto “A mutação da obra de arte”, o filósofo Gérard Lebrun destaca o modo como o significado da expressão obra de arte se modificou ao longo dos séculos, de forma que o que se entende por arte atualmente seja algo consideravelmente distinto de suas concepções anteriores. Para Lebrun, este novo ciclo semântico da arte abre uma gama de possibilidades de interação entre a estética e a política, proporcionando aos indivíduos (através das criações artísticas) uma nova maneira de modificar suas vidas e as relações existentes na sociedade.
Em suma, a arte, como era compreendida por nossos ancestrais, é coisa que não existe mais. Está sendo substituída por outra coisa, que pode continuar com o mesmo nome, mas não tem mais nada em comum com ela quanto ao referente.
Para sustentar esta tese de uma concepção de arte menos restritiva e mais presente na vida das pessoas nos tempos atuais, Lebrun recorre a uma breve apresentação e comparação histórica do que ele chama de ciclos anteriores da arte, se valendo das análises e percepções de outros autores como Kant, Nietzsche, Hegel e Walter Benjamin, este último que teria anunciado o fim do segundo ciclo e início do ciclo atual, para demonstrar as diferenças e relações que cada ciclo teve com a sociedade de sua época.
Definindo o primeiro ciclo como o da veneração, Lebrun salienta que na antiguidade, com os gregos, os romanos, etc., até os finais do período medieval, as obras de arte eram consideradas objetos de veneração, como representações que deviam ser cultuadas porque possuíam ligação com o divino. Neste período, portanto, a arte era extremamente restrita ao campo religioso, e sua função era principalmente a de provocar a contemplação e a admiração de quem a elas tinha acesso.
O segundo período é caracterizado pela obra de arte deixar de ser somente restrita à representação religiosa e passar a possuir um valor intrínseco. Esta época pode ser entendida como a da beleza pura, ou do prazer puro, isto porque esta

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