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A Moralização da Corrupção Sabe­se que em nossa sociedade a ética e os valores morais agonizam diante do exagerado sentimento individualista, e da necessidade das pessoas satisfazerem suas ambições a todo custo. Chegou­se ao ponto onde o ter supera o ser, e o ser perde sua essência e sua importância, é coisificado e manipulado por aqueles que acreditam que
“correto” é sinônimo de “vantajoso”. Somos uma espécie peculiar, o homem é um animal com caráter individual que reflete uma personalidade maior, ou seja, coletiva, um ser que tem objetivos próprios mas que necessita do auxílio de semelhantes para alcançá­los e assim, poder exercer sua individualidade no meio coletivo. Para que o ser humano possa ter seu comportamento individual sem prejudicar os moldes coletivos, é que existem os valores morais e éticos que direcionam o comportamento humano. Quando se fala em ética trata­se de caráter, o modo de ser que o homem constrói, ou melhor, conquista sua personalidade de interação com seus pares. E, no que se refere à moral, fala­se dos hábitos de conduta, do comportamento coletivo instituído pela sociedade. A crise desses valores se dá pela busca do ter. Infelizmente constata­se hoje que o homem tende a buscar a todo custo o objeto de suas ambições, desde as mais simples ­ como quando se quer abreviar seu tempo de espera na fila, ou tirar a carteira de motorista ­, até as mais excêntricas ­ como o enriquecimento fácil . Sempre se acha um jeito, geralmente muito conveniente, para se conseguir o que quer, e se for preciso, manipula, engana­se. Reina a lei da vantagem, onde o querer resulta no ter e o ter significa status, poder. O mais intrigante se encontra na naturalidade com que as práticas corruptas são adotadas, aceitas e repetidas, muitos dos corruptos