A Medicina De Fam Lia E Comunidade

A Medicina de Família e Comunidade (MFC) é a especialidade médica fundamentada em princípios diretamente ligados a um sistema prioritário ao indivíduo, inserido em seu contexto sociocultural e familiar, que visa à prevenção de enfermidades, além da promoção e manutenção da saúde de áreas comunitárias. Juntamente à Atenção Primária à Saúde (APS), possui em seu histórico a carência de atenção governamental, em razão de uma visão superespecializada, excessivamente centrada em hospitais. Entretanto, principalmente nas últimas décadas, o Brasil encontra-se em um processo de desenvolvimento quanto ao crescimento e estruturação da MFC, de forma que a aderência de novas ideias e atitudes se torna gradualmente mais viável, assim como a criação e aperfeiçoamento de um sistema de serviços de qualidade, com profissionais preparados para atuar na área, a fim de suprir as carências populacionais relacionadas à APS.
Quanto ao desenvolvimento histórico da MFC no Brasil, é possível o dividir em cinco fases.
A primeira fase (1974-1980) tem início com a publicação do primeiro projeto e documento conceitual sobre Saúde Comunitária do Brasil (atualmente conhecida como Saúde de Família) em Porto Alegre – RS. Nesta fase, tomada como “experimental”, a especialidade e a residência médica não possuíam nenhum reconhecimento formal ou legal, ou mesmo um nome definido, além do que havia poucos Programas de Residência Médica (PRM) e um raro mercado de trabalho, de modo que a maioria dos egressos das residências mudasse de especialidade. Em 1978 houve a Conferência Internacional de Cuidados Primários em Saúde em Alma Ata/URSS, um grande marco desta área, importante contribuinte na expansão da estratégia da APS em nível mundial. A partir deste momento, muitas unidades voltadas para a APS foram surgindo no país, incluindo vários PRM, embora não articulados entre si.
Durante a segunda fase (1981-1985) ocorre a formalização dos PRM, oficializando a área como uma especialidade no Brasil, diante do