A linguagem e o pensamento da criança
As funções da linguagem de duas crianças de 06 anos:
Introdução
Vejamos o que Piaget, Jean (1999) escreveu na contra capa do livro consultado:
O espírito da criança é tecido simultaneamente em dois planos diferentes, de certo modo superpostos um ao outro. O trabalho operado no plano inferior é, nos primeiros anos, muito mais importante. É obra da própria criança, que atrai para si e cristaliza ao redor das suas necessidades tudo o que é capaz de satisfazê-la. É o plano da subjetividade, dos desejos, do brinquedo, dos caprichos. O plano superior é, pelo contrário, edificado pouco a pouco pelo meio social cuja pressão impõe-se cada vez mais à criança. É plano da objetividade, da linguagem, dos conceitos lógicos, em uma palavra da realidade. Esse plano superior é, desde logo, de uma fragilidade muito grande. Desde que sobrecarregado, estala, encolhe, afunda, e os elementos de que é feito vêm cair sobre o plano inferior para misturarem-se aos que a este pertencem; outros pedaços ficam ainda a meio caminho, suspensos entre o céu e a terra.
Questão proposta pelo capítulo I do livro consultado:
Quais são as necessidades que a criança tende a satisfazer quando fala? Esta é uma questão de psicologia funcional. A linguagem serve ao indivíduo para comunicar seu pensamento. Contudo, não podemos ser tão simplistas assim. A linguagem serve sempre para comunicar o pensamento? Talvez não, pois, costumamos falar sozinhos. E a linguagem interior? E o falar com seres fictícios? A existência de discussões sobre as relações entre a linguagem e o pensamento confirma a complexidade das funções da linguagem e a impossibilidade de reduzir essas funções a uma função única, a de comunicar o pensamento.
Janet, Freud, Ferengi, Jones e outros apresentaram diversas teorias sobre a linguagem dos primitivos, dos enfermos e das crianças de pouca idade, todas elas